Empresário dá sua versão sobre atropelamento e morte de médico na Litorânea

 

   ( O Informante)

O portal O Informante teve acesso, com exclusividade, a trechos do depoimento do empresário José Coelho de Oliveira, 44 anos, conhecido como “Zé Baiano”, que atropelou e matou, na manhã dessa sexta-feira, 29, na Avenida Litorânea, em São Luís (MA), o médico ciclista Édson Soares, 47 anos, intensivista do Hospital Nina Rodrigues.

José Oliveira foi preso e autuado em flagrante nos termos do art. 188 do Código de Processo Penal (crime doloso), sem direito a fiança, encontrando-se recolhido às grades da Central de Custódia, na Vila Palmeira. Se a prisão for mantida após a audiência de custódia, ele será encaminhado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Depoimento – Ao ser autuado em flagrante, “Zé Baiano” disse que, na madrugada de sexta-feira, saiu de casa, na Vila dos Mestres, Cidade Operária, por volta das 4h, com destino a uma loja de Conveniência da Avenida dos Holandeses, para buscar um amigo identificado como Marion e levá-lo até o Hotel Premier, na Ponta da Areia. Disse José Oliveira que deixou o amigo no hotel e, ao retornar para a sua residência, pela Avenida Litorânea, no sentido do Araçagy, ao passar pelo semáforo do final da avenida (próximo à ponte sobre o rio Pimenta), percebendo que o sinal estava apagado, passou e, em seguida, escutou um barulho muito alto. Disse o condutor do veículo que pensou tratar-se de um obstáculo, e que, ao parar o carro, observou o para-brisa estraçalhado, e que só então atentou que poderia ter atropelado alguém. “Zé Baiano” afirmou que nesse momento entrou em pânico e, “tomado pelo desespero”, não conseguiu prestar socorro à vitima, dirigindo-se para a sua residência, na Cidade Operária.

Carros de aplicativo – José Oliveira é natural de Salvador (BA) e está morando em São Luís, onde trabalha informalmente com aluguel de veículos para motoristas de aplicativo. Segundo apurou O Informante, a pressão da Polícia Civil no caso foi muito importante, porque havia uma informação de que o autor do atropelamento estaria se preparando para ir embora de São Luís.

O carro – O portal apurou, ainda, que o veículo dirigido por José Oliveira não era um HB-20, como chegou a ser noticiado, mas, sim, um Fiesta Sedan, de dor branca. Ele não informou onde estava o veículo, mas a Polícia Civil, com as investigações, acabou localizando o automóvel numa oficina mecânica no Vinhais.

Perícias – A Polícia Civil, por meio do Instituto de Criminalística (ICRIM) está realizando várias ´perícias sobre o acidente, para confirmar se o autor do atropelamento falou a verdade em seu depoimento. Na manhã deste sábado, inclusive, peritos estavam no local fazendo levantamentos do acidente.

Dino afirma que não retornará à política se for indicado ao STF

 Embora negando já ter conversado com o presidente Lula sobre sua provável indicação para o STF, na vaga de Rosa Weber, aposentada esta semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse, em entrevista ao Jornal O Globo, que, caso seja o escolhido irá aceitar e não retornará à política.

-Seria uma honra o convite para compor o STF-, disse Dino na entrevista. Em Brasília, ele é pule de 10 na bolsa de apostas para a indicação à mais alta Corte da Justiça Brasileira. Há quem destaque que ele já teria tratado do assunto com o presidente Lula.

70 ANOS DA FECOMÉRCIO-MA SÃO CELEBRADOS COM SOLENE NA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS

 

Uma homenagem à atuação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) durante seus 70 anos de existência. Essa foi a proposta da Sessão Solene promovida pela Câmara Municipal de São Luís, no Plenário Simão Estácio da Silveira, na quarta-feira (27). A Sessão foi de autoria do vereador Dr. Gutemberg Araújo e contou com a presença do presidente da Fecomércio-MA, Maurício Feijó, de integrantes da diretoria da entidade e de autoridades políticas.

“Agradecemos ao vereador Dr. Gutemberg Araújo pela sessão solene em homenagem à Fecomércio-MA, que alcançou o seu Jubileu de Platina com o árduo trabalho de grandes presidentes, como o Dr. José Arteiro, cujo legado de 39 anos à frente da entidade buscamos dar continuidade. No dia 14 de setembro, fomos agraciados também com uma sessão solene na Assembleia Legislativa. Isso mostra o quanto nossa instituição é importante para a sociedade ludovicense e para o comércio, que é a mola mestra do mundo empresarial”, pontua o presidente da Fecomércio-MA, Maurício Feijó.

Na ocasião, a Fecomércio-MA recebeu a Moção de Aplausos e Congratulações em reconhecimento aos relevantes serviços prestados pela instituição, que foi fundada em 26 de agosto de 1953 e nasceu a partir da iniciativa de cinco sindicatos patronais.

Ao longo de sete décadas, a Federação do Comércio expandiu a sua atuação no estado, sempre trabalhando pela proteção, coordenação e apoio às atividades empresariais dos setores do comércio de bens, serviços e turismo.

Sessão Solene na Assembleia Legislativa

Em atendimento ao Requerimento Nº 273/2023, de autoria do deputado estadual Francisco Nagib, foi realizada uma Sessão Solene em homenagem aos 70 anos da Fecomércio-MA no Plenário Nagib Haickel, na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, no último dia 14 de setembro. A solenidade contou com a presença de diversas autoridades locais e presidentes de entidades empresariais do Maranhão.

Diretor do Hospital Nina Rodrigues morre atropelado na Av. Litorânea

 O médico intensivista Edson Soares, de 47 anos, diretor do Hospital Nina Rodrigues, da rede estadual, morreu tragicamente no início da manhã desta sexta-feira (29), ao ser atropelado quando se exercitava pedalando sua bicicleta, na Avenida Litorânea, nas imediações da ponte sobre o Rio Pimenta.

Ele foi atropelado por um veículo ainda não identificado e a perícia determinou que foi arrastado por cerca de 30 metros. O acidente foi tão violento que foram encontrados vestígios de massa encefálica no local.

Edson Soares era natural do Rio de Janeiro e já atuava no Maranhão há mais de uma década. A Polícia Civil está investigando para identificar o motorista atropelador, que se evadiu do local. A vítima fazia parte de um numeroso grupo de ciclista em São Luís. Estranhamente, a bicicleta não foi encontrada.

 

*Após ‘mamata’ despencar na Câmara de São Luís, pré-candidato a prefeito em Ribamar agora acumula processos por fake news*

A trajetória política de Guilherme Mulato em São José de Ribamar é, indiscutivelmente, um fracasso. Mulato nunca conseguiu liderar nem ele mesmo, não é aceito entre os nomes de peso da oposição ribamarense, não consegue formar grupo por falta de credibilidade e, pra piorar, sofreu mais um novo baque: foi atropelado e acabou perdendo o comando do PDT em Ribamar.

Como um jogador em maré de azar, o ‘líder político’ que sequer lidera a si mesmo, não consegue se levantar da mesa. Em meio aos baques da vida, sofreu mais um: perdeu rendimentos com a suspensão de verba publicitária do blog apócrifo e viu alguns familiares serem cortados da Câmara Municipal de São Luís.

A frase ‘não há nada tão ruim que não possa piorar’ parece um carma que acompanha Mulato. Enquanto a ‘mamata’ despenca no Legislativo ludovicense, ele viu crescer a quantidade de processos que acumula na justiça. Nessa lista, há desde termo circunstanciado, representação criminal, notícia de crime, direito de imagem, e até calúnia por supostas fake news que publica no blog apócrifo do qual é o editor.

Mulato gosta de dizer que “nasceu favela”, mas fora da comunidade onde nasceu e cresceu, hoje mora no “Damha Araçagy”, um condomínio de alto padrão para quem se diz ‘favela’. O favelado’ da área nobre também comprova que a política é uma piada ao querer ser prefeito, mesmo sem nunca se eleger vereador.

É comum que profissionais da comunicação tenham de lidar com um grande “acervo” de processos. Isso já aconteceu com vários jornalistas, radialistas e até blogueiros. Mas, mesmo nesse contexto, o número de processos mirando Mulato chama atenção.

Na lista dos requerentes consta o ex-prefeito de Ribamar, Eudes Sampaio e sua esposa Joana Katya Veras; o advogado Dalton Arruda; a ex-assessora do deputado Duarte Jr, Tairinne Cristine Soares; e o atual prefeito ribamarense, Dr. Julinho. Devido aos ataques que vem sofrendo, é provável que o atual chefe do Legislativo ludovicense venha ser o próximo a acionar o blogueiro que fracassou na política.

 

Colecionando processos por fake news

Quem propaga fake news é um perigoso militante em ataque contra à própria essência da democracia e do Estado de Direito. E como identificar estes que espalham de forma deliberada a notícias falsas? Atualmente não é muito difícil identificá-los. Basta realizar uma pesquisa pública sobre a vida pregressa de qualquer cidadão perante o Poder Judiciário.

Quanto a isso, após uma rápida pesquisa pôde-se constatar a existência de diversos processos judiciais em face de Guilherme Júnior Bezerra Mulato, os quais, a sua maioria versa sobre divulgação de informações falsas veiculadas através do Blog “Maramais”, que é de responsabilidade daquele.

Em grande parte dos processos o Mulato fez acordos judiciais em que se comprometeu a apresentar as devidas retratações, ou seja, na prática só escapou da condenação porque reconheceu ser um criador de desinformação (exemplos: processos ns. 0801920-42.2020.8.10.0059, 0801082-02.2020.8.10.0059 e 0800948-72.2020.8.10.0059, todos de autoria de Eudes Sampaio).

Verificou-se, ainda, que no processo de nº 0001041-76.2017.8.10.0058, o Mulato é processado criminalmente por Silvan Marques Mourão, por crimes de calúnia e difamação, exatamente por espalhar notícias falsas a respeito da vítima.

Diante disso, nota-se a gravidade do problema das fake news e sua influência negativa sobre a confiabilidade de quem as dissemina, notadamente por quem já não tem qualquer credibilidade.

Maternidade de São José de Ribamar é referência Nacional

Nesta quarta-feira (27), a Maternidade de São José de Ribamar recebeu uma comitiva ilustre do Hospital e Maternidade São Camilo, da cidade de Aracruz, Espírito Santo. Essa visita destaca o reconhecimento nacional do excelente trabalho que está sendo realizado na área da saúde em São José de Ribamar.

A equipe do Espírito Santo é composta pelo secretário de Saúde, diretor geral do hospital, diretor clínico, diretor médico, gerente de enfermagem, coordenadora de enfermagem e a equipe da ONG Vidas. Eles vieram conhecer de perto os padrões de excelência da Maternidade ribamarense.

Essa troca de conhecimento é uma oportunidade valiosa para melhorar a qualidade da assistência à saúde não só em São José de Ribamar, mas em todo o país. Também demonstra o comprometimento da gestão do prefeito Dr. Julinho em proporcionar o melhor atendimento à saúde materno-infantil à população ribamarense e serve como um exemplo a ser seguido por outras instituições de saúde no Brasil.

Valeu, Ana Amélia!

Amiga de minha mãe Benedita (Bibi), Ana Amélia Lopes da Silva é figura extremamente marcante na minha vida. Ambas devem acompanhar e guiar meus passos lá da janela da Eternidade. Não sei como se conheceram, mas lembro que costumava, ainda bem pequeno, passar dias e dias no casarão de Ana Amélia, na Rua Professor Arimatéia Cisne-242, no Apeadouro, desfrutando de um ambiente agradável e acolhedor.

As duas tinham traços em comum. Eram morenas, de baixa estatura e muito rígidas. Ao contrário de mamãe, que enfrentava problemas conjugal e financeiros, Ana Amélia, casada com Georgino Benício Rodrigues (Nhô), tocava, com mão de ferro uma família bem estruturada, com oito filhos. Essa prole seria aumentada posteriormente com a adoção minha e da Kátia, hoje servidora aposentada da Polícia Civil do Maranhão.

Nhô, era uma pessoa adorável e carismática. Funcionário de baixo escalão da Receita Estadual, se desdobrava em outras atividades para dar conta do bem estar da família. Chegou inclusive a montar um clube dançante, o “Brega”, como forma de elevar a renda familiar. Ele e Ana Amélia preservavam muito a educação de todos.

Ela se destacava pelas habilidades. Era professora de corte e costura, datilografia, culinária e de artesanato. Com esse trabalho, complementava a renda familiar. Sem serem ricos, Nhô e Ana Amélia não deixavam faltar nada aos filhos e propiciaram um futuro relativamente promissor para todos.

Depois da morte de Bibi, em dezembro de 1965, passei um tempo entre idas e vindas a Cururupu, terra de minha mãe e de nossa família. Ficava na casa de minha avó, Maria Francisca (Chiquita), até que, em 1967, vim de vez para São Luís, morar na casa de Ana Amélia, a pedido do casal.

Mudei da água para vinho com a mudança. Dormia numa beliche, tinha fartura na mesa, roupas novas e também usadas. É que mamãe Ana Amélia costumava utilizar roupas dos filhos mais velhos, quando rasuradas, adaptando-as para os mais novos. Exerci, ali, a infância em toda sua plenitude. Empinei papagaio, joguei bolinha, chuço, bati muita pelada com a garotada do bairro e saí no tapa sempre que necessário.

Estava num ambiente repleto de movimentos, de alegria, onde todos tinham responsabilidades.

Todos os filhos tinham responsabilidades com afazeres domésticos. José Bernardo, hoje desembargador aposentado e chefe de Gabinete da Corregedoria Geral de Justiça do Maranhão, João da Mata (in memoriam), foi empresário no Rio de Janeiro, Luiz Fernando, servidor aposentado do Incra, Henrique, contabilista autônomo, Antônio Assunção (Bagre) (in memoriam), foi sargento da Polícia Militar do Maranhão, Maria das Graças, professora aposentada, Maria de Fátima, cirurgiã dentista, Maria do Socorro, policial civil, além de mim e da Kátia. Aquele lar funcionava em perfeita sintonia.

O ano de 1967 foi de impacto da política nacional, em plena vigência do regime militar. Houve a posse do general Costa e Silva na presidência da República em 15 de março. Ano que entrou em vigor a Lei de Segurança Nacional, com supressão de direitos políticos e a introdução da 4ª Constituição Brasileira.

No Maranhão, Sarney dava andamento à construção de importantes obras de Infraestrutura, como a construção da estrada São Luís/Teresina, Porto do Itaqui, Ponte São Francisco, Barragem do Bacanga, além da implementação da hidrelétrica de Boa Esperança, dentre outras ações.

Para não ficar atrás, o prefeito Epitácio Cafeteira iniciou o processo de urbanização da cidade, eliminando inclusive o sistema de transporte via bondes, construiu postos de saúde em diversos bairros, implementou um programa de saneamento, fortaleceu a Educação e ditou novo ritmo de gestão municipal.

Era, também, o período do bipartidarismo. A Arena, partido dos militares, tinha maioria no Parlamento em todas as esferas, tendo na oposição o MDB. São Luís não poderia ser diferente. Só que, na eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Luís, realizada no dia 1° de fevereiro daquele ano, foi eleito o vereador Walter Ferreira, da oposição.

Temendo represálias por parte dos militares, ele foi bater na 27ª Circunscrição do Serviço Militar (27º CSM), localizada ao lado do Hospital Universitário Presidente Dutra. Conversou com o comandante da unidade militar, coronel Belchior, que lhe garantiu permanência no cargo diretivo sem qualquer contratempo.

Como o voto era secreto, Walter Ferreira me relatou, no final da década de 1990, na Câmara Municipal, que sua vitória, por um voto de diferença, teve a articulação de Epitácio Cafeteira, que conseguiu atrair o apoio de um vereador arenista.

Foi o período da Jovem Guarda, movimento artístico que projetou Roberto Carlos, Wanderleia, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso e muitos outros grupos e cantores. Foi inspirado no rock-and-roll e no soul, em nomes como Elvis Presley e os Beatles. Havia álbuns e figurinhas e passávamos as manhãs escutando músicas no rádio, principalmente no programa “Quem Manda é Você”, apresentado por Zé Branco, na Rádio Difusora. Ao meio dia, imperdível a crônica “Difusora Opina” texto e apresentação de Bernardo Almeida. Pautava a cidade. Na Rádio Educadora, ficava atento ao programa infantil “Dona Carochinha”, que foi criado por uma freira francesa e era apresentado pela radialista Nicomar Costa, que anos depois tive o prazer de entrevistá-la, durante as comemorações dos 40 anos da emissora. Na Rádio Timbira, acompanhava, nas tardes de domingo, a jornada esportiva, com o programa “Futebol é Coisa Séria”,  com Jámenes Callado, Mário Flexa Ribeiro, Canarinho e Ruy Dourado, com o quadro “Futebol de Meia Tigera”. Imperdível.

A vida na casa de Ana Amélia era extremamente cultural. Curtíamos tudo o que o casal propiciava. Sempre que recebia o salário, íamos para um piquenique na Maioba. Na Semana Santa assistíamos ao filme à Paixão de Cristo no Cine Rex, que funcionava ao lado do quartel do Exército, no João Paulo, onde atualmente está instalada uma agência bancária.  Todo ano, a mesma película. As mulheres se desmanchavam em choro durante a cena de crucificação.

No Carnaval, era levado para a Avenida São Marçal (antiga João Pessoa), para assistir à exibição de tribos de índios, blocos de sujo e organizados, além da passagem da casinha da roça, grupo de fofões, de ursos e o Corso.  Este último era um caminhão com a carroceria enfeitada, repleto de meninas bonitas, que jogavam maisena e lançavam jatos de água colorida na plateia.

Vida boa e de responsabilidades para todos. Como o quintal era enorme e findava na rua de trás, a Bom Milagre, tínhamos que varrê-lo diariamente, por conta da folhagem das mangueiras, do tamarineiro, do pé de limãozinho, além de uma frondosa caramboleiro e goiabeiras.

Acordávamos como se fôssemos militares. O casal impunha muitas regras. Limpávamos o banheiro, banhávamos os quatro cachorros (Polux, Duque, Dick e Totó). Quem estudava pela manhã estava livre desses afazeres. Mesmo pequeno, eu sempre ia comprar pães numa padaria que ficava na rua Armando Vieira, que liga as avenidas São Marçal e Kennedy.

Por volta das 10h, as meninas começavam a catar arroz, para o início do preparo do almoço. Aí, Ana Amélia reinava sozinha na cozinha. Era exímia. Ainda dá água na boca lembrar da comida que preparava. Para completar,  me levava à Vila Palmeira, onde só existiam casas de palha e no São Francisco, para suas aulas de corte e costura , culinária e datilografia, em associações de moradores. O acesso ao São Francisco era feito em pequenos botes, porque a ponte só seria inaugurada em 14 de fevereiro de  1970.

Como já estava alfabetizado, embora sem jamais ter frequentado uma escola, ela me levou ao Grupo Escolar Governador Matos Carvalho, na rua Raimundo Correa, para a matricula. Tive que fazer uma prova de português, matemática e um ditado. Fui direto para o 3° ano, no início de 1968. Era um dos primeiros nas notas e um dos últimos em comportamento.

Sempre que ela ia buscar o boletim, estava lá o Djalma com média de dez, nove oi oito em matérias e de três a cinco no comportamento. Por conta disso, levei várias surras. Gostava quando a Socorro ia representá-la nas reuniões de pais e mestres. Me protegia e não dizia a realidade.

Tempos maravilhosos! Sempre era escalado para representações de peças teatrais, e até para discursos em datas comemorativas. A professora Raimunda Aires, por quem mantive um amor platônico até o final do antigo primário, em 1969, me tratava com extremada educação e às vezes me aconselhava para melhorar o comportamento.

O péssimo comportamento se resumia, entre eu e um grupo, de colocar espelhinhos na ponta do sapato, para vislumbrar as calcinhas das colegas, jogar aviõezinhos na sala durante a aula e, nos sábados, depois da aula, trocar sopapos com alunos da outra turma do quarto ano, para aparecer como corajosos aos olhos das coleguinhas. Eu  liderava o grupo  da minha turma.

Nem tudo eram flores. Havia, também castigos. Caso houvesse um mal feito em casa sem que aparecesse o culpado, todo mundo entrava na taca. Uma palmatória denominada “Dendeca”, em alusão a uma música do sambista Oswaldo Nunes, grande sucesso da época, ficava pendurada na parede. O número de bolos era pela faixa etária. Começava com doze nos mais velhos, oito para a faixa intermediária e, eu e a Socorro, mais novos, pegávamos apenas  seis. Todo mundo apanhava ajoelhado.

Hoje, entre gargalhadas, sempre lembramos desses episódios durante reuniões da família. Contamos aos nossos filhos e netos. Ninguém ficou com raiva dos pais. Nhô era o executor dos corretivos. Interessante é que se o casal não descobrisse  o autor do erro, embora todos soubessem, não havia deduragem. Tinha um pacto de silêncio. Nunca apareceu um delator entre o irmãos.

Ana Amélia era rígida, sofisticada, e ao mesmo tempo, dona de um impressionante lirismo. Comprou um violão pra mim e cismou que eu deveria ser cantor. Gostava quando  interpretava a Carta, de Waldik Soriano e Mamãe estou tão feliz, de Agnaldo Timóteo. Por conta disso, em 1969, mandou Socorro me inscrever no programa de calouros do Moacir Neves, na TV Difusora.

Fui ensaiar com o maestro Nonato, do famoso Nonato e seu Conjunto. Ele gostou e chamou o Murilo Campelo, diretor artístico e pediu que repetisse. No Dia das Mães, fui e me apresentei. Muitos aplausos e uma inesquecível premiação. Uma caixa de sabão e outra  de óleo,  da Oleama, que patrocinava o programa.

Era, também líder comunitária e juntamente com Dona Júlia, amiga que morava na Rua Bom Milagre, dirigia a Associação de Moradores. Distribuía, aos mais necessitados, lei em pó, bulgur, grão de trigo integral para confecção de quibe, queijo, fubá de milho, óleo comestível e até roupas. Tudo oriundo do programa “Aliança para o Progresso”, implementado pelo governo dos Estados Unidos, para ajudar no combate à pobreza nos países que formaram o bloco aliado que atuou na luta contra o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial.

Inesquecível essa passagem de minha vida, até que, no dia 13 de agosto de 1971, sem motivo aparente, como avaliei depois, fugi de casa. Saí às 11h da  manhã, depois da ameaça de uma pisa, porque havia danificado um pequeno rádio de pilha. Só retomei contato com a família, 10 aos depois, quando era chefe do setor de Revisão do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado, o extinto Sioge.

Em 1981, pude entregar, pessoalmente, naquele órgão,  a cópia do ato de nomeação ao irmão José Bernardo Silva Rodrigues como juiz de Direito da Justiça do Maranhão. Ele estava acompanhado do grande e saudoso jurista Pedro Leonel Pinto de Carvalho. Tomou um susto, nos abraçamos e, a partir daí, a relação com a família voltou à normalidade.

Ana Amélia me deixou um grande legado. Foi minha segunda mãe. Seus ensinamentos foram fundamentais para minha formação. Uma mulher forte, sábia e guerreira.  Nasceu no Piauí, em 31 de janeiro de 1925 e se transformou em saudades no dia primeiro de novembro de 2011.

A esta grande mulher, minha eterna gratidão.

 

Assembleia e MPMA reúnem imprensa para debater cuidados na veiculação de notícias sobre suicídio

Evento reuniu deputados, profissionais de diversos veículos de comunicação, profissionais da área da saúde e membros de instituições voltadas à saúde mental

Agência Assembleia

Assembleia e MPMA reúnem imprensa para debater cuidados na veiculação de notícias sobre suicídio

A Assembleia Legislativa do Maranhão, em parceria com o Ministério Público Estadual, promoveu “Café da manhã com profissionais da mídia”, nesta quarta-feira (27), com o tema “O impacto da mídia na prevenção ao suicídio”, destacando orientações sobre a importância do cuidado na veiculação de notícias sobre o assunto. O encontro, que aconteceu no Auditório Neiva Moreira, contou com a presença da chefe do Parlamento Estadual, deputada Iracema Vale (PSB), que afirmou que o papel do Legislativo vai além de propor leis, mas também de promover debates fundamentais para a sociedade.

“Esse momento é muito importante, de parceria e de ajuda mútua entre o Ministério Público, a Assembleia Legislativa e a mídia, que leva todo dia notícias para as pessoas, no sentido de que a gente faça a divulgação de notícias tristes, mas de uma forma que não opte pelo sensacionalismo e exposição das pessoas. Esse momento é para que a gente faça essa reflexão, esse debate e peça a contribuição da imprensa, no sentido de passar a notícia da forma adequada e que não prejudique outras pessoas”, assinalou a presidente da Alema.

 

Biaman Prado

Presidente Iracema Vale com a promotora Cristiane Lago, deputado Roberto Costa e a diretora de Comunicação da Alema, Jacqueline Heluy

Presidente Iracema Vale com a promotora Cristiane Lago, deputado Roberto Costa e a diretora de Comunicação da Alema, Jacqueline Heluy

 

A promotora de Justiça Cristiane Lago, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Direito Humanos e Cidadania e do projeto ‘Rede do Bem’, desenvolvido via Ministério Público em parceria com o Fórum Estadual de Prevenção da Automutilação e do Suicídio (FEPAS/MA), destacou que o trabalho dos profissionais da mídia é fundamental na prevenção dos casos de automutilação e suicídio e, por isso, a divulgação equivocada e fora das normas orientadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pode provocar um efeito multiplicador desses episódios.

“Isso quem aponta são os estudos científicos. No momento que se divulga a imagem de uma vítima, os meios utilizados para cometer o suicídio, outros que estão adoecidos, que já têm a ideia de cometer o suicídio, vão imitar. E, assim, os números aumentam”, alertou.

 

Kristiano Simas

Profissionais da mídia deram depoimentos e fizeram questionamentos sobre tema no encontro

Profissionais da mídia deram depoimentos e fizeram questionamentos sobre tema no encontro

 

Responsabilidade  

O evento, que contou ainda com as presenças dos deputados Roberto Costa (MDB), Antônio Pereira (PSB), Ricardo Rios (PCdoB) e Júnior Cascaria (Podemos), reuniu profissionais de diversos veículos de comunicação, além de profissionais da área da saúde e membros de instituições voltadas à temática da saúde mental.

A diretora de Comunicação da Alema, jornalista Jacqueline Heluy, disse que a discussão dessa temática mostra a importância dos comunicadores no engajamento dessa luta com responsabilidade. “É o nosso papel. Correr atrás de likes, mais acessos para um tema tão sensível, que mexe com toda a população, com familiares, carece de muita responsabilidade e, por isso, estamos aqui”, frisou.

O psiquiatra Ruy Palhano pontuou que o suicídio é reconhecidamente um dos maiores problemas de saúde pública por que passa o mundo moderno. “Apesar de tudo, os números sobre as práticas de suicídio no mundo todo são variáveis. Lamentavelmente, o Brasil se encontra entre os países em que essas taxas vêm aumentando. E, por isso, encontros como esse são muito importantes”, disse. O evento fez parte da programação alusiva à campanha Setembro Amarelo.

Kristiano Simas

Promotora Cristiane Lago destacou que trabalho da imprensa é fundamental na prevenção dos casos de automutilação e suicídio

Promotora Cristiane Lago destacou que trabalho da imprensa é fundamental na prevenção dos casos de automutilação e suicídio

 

NONATO REIS APRESENDA NA UFMA SEU NOVO ROMANCE “A MENINA E O SOL POENTE”

O escritor vianense Nonato Reis participa, nesta quinta-feira, 28/09, das 14 às 17h30, de um seminário com alunos do curso de História da UFMA, sobre o seu novo romance “A menina e o Sol poente”, com lançamento previsto para setembro de 2024.
O evento integra a disciplina Baixada do Maranhão, Trajetórias e Perspectivas, que tem como professor responsável Manoel Martins.
Nonato Reis fará a apresentação do romance para os estudantes, abordando os personagens e a trama do livro, e contará com o suporte de três debatedores, escolhidos pelo professor Manoel Martins, entre os discentes do curso. São eles: Carlos Eduardo de Sousa Alves, Gabriela Sousa Ferreira e Marcelo Azevedo Trindade.
“A menina e o Sol poente” é um romance ambientado no Ibacazinho, berço de origem do escritor, e narra a história de um velho que, por força das circunstâncias, se torna tutor de uma menina, orfã de pai e mãe. O livro, segundo o autor, aborda uma série de situações de ordem existencial, e tenta esclarecer questões subjetivas, que desde os primórdios dos tempos aflige a humanidade, e para as quais a ciência até hoje não conseguiu dar respostas.
– Há tempos me debruço sobre essa história – de como seria a relação de alguém que atingiu o apogeu da maturidade com uma pessoa que ainda ensaia os primeiros passos da vida, mas só este ano decidi, efetivamente, escrever”, explica o escritor, que já lançou sete livros, sendo o mais recente “Faces da Cidade”, lançado este mês, na Livraria AMEI, do SLZ Shopping. O evento do dia 28 é aberto ao público, e terá como local o Complexo Pedagógigo Paulo Freire, Asa Norte, Sala 101, Campus do Bacanga.

Obrigado, Mãe Bibi!

 

O dia 8 de dezembro é triste para mim, data do meu estigma espiritual, embora seja festivo para a população de São Luís. Marca as comemorações pelo transcurso do dia dedicado a  Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. Fui uma única vez ao festejo religioso, na igreja do Monte Castelo. Não consegui me inserir no clima da festividade e acabei transformando o templo no muro das minhas lamentações.

Tudo remete ao 8 de dezembro de 1965, quando, aos 7 anos de idade, fiquei órfão de mãe. Perdi Benedita Rodrigues (Bibi), que, aos 28 anos, fez sua viagem celestial por conta de um acidente vascular cerebral (AVC). Todos os momentos ficaram gravados de forma bem marcantes na memória.

Eram aproximadamente 11h da manhã, quando ela me chama para que lesse o Jornal Pequeno, como fazia diariamente. Na manchete,  a descrição da trágica morte do prefeito José Silva, de São José de Ribamar. O acidente de trânsito ocorreu na Forquilha. Ele se deslocava da cidade balneária para a capital, dirigindo uma Rural Willys.

A estrada, à época, de piçarra, provocava muitos desastres e o prefeito, conduzindo em alta velocidade, derrapou, fez com que o veículo perdesse o controle e colidisse numa mangueira. Sem cinto de segurança – que não existia no período-, ele foi projetado para fora do carro, bateu com a cabeça numa mangueira e teve morte imediata.

  1. Termino a leitura e ela, deitada numa rede, pede que pare o restante e determina que chame o seu companheiro, Hilário Justino da Cruz, pai do saudoso jornalista Udes Cruz, com quem morávamos, porque estava se sentindo muito mal. Ele estava no quintal. Fui chamá-lo e percebi que mamãe já estava sentindo falta de ar.

Imediatamente Hilário sai às pressas e volta com um táxi. Ela foi levada para a Santa Casa de Misericórdia. Foi a última vez que a vi com vida. Em casa, fiquei com minha tia Deolinda, irmã dela, ambos em estado de sobressalto. Às 17h, a notícia que mudaria o curso de minha vida para sempre:

-Bibi não resistiu. Ela faleceu!

A informação nos foi passada por Hilário, que, pela primeira vez  vi tristonho e com um filete de lágrimas a lhe banhar o rosto. Era um homem duro, muito culto, fluente em inglês, português, matemática e muito beberrão.

As lembranças de minha infância não são nada animadoras do ponto de vista material. Desde que passei a entender as coisas, Bibi tinha Hilário como seu companheiro. Era funcionário do Departamento de Endemias Rurais, embrião da Sucam e depois Funasa, que funcionava onde é hoje o Supermercado Mateus do João Paulo. Trabalhava como guarda-sanitário, borrifando DDT em residências, no programa de combate à malária, nome pelo qual era conhecido o órgão.

São Luís, em 1965 era o retrato puro e sem retoques de uma província. Quase todos se conheciam. De acordo com o Censo do IBGE, eram apenas 160 mil habitantes. O clima político estava em ebulição. O então deputado federal Epitácio Cafeteira venceu as eleições para a Prefeitura, depois de ter sido o autor do projeto de lei que reeditou eleições diretas para as capitais. São Luís vinha sendo administrada pelo jornalista Djard Ramos Martins, que, viria a ser um dos meus maiores incentivadores no jornalismo anos depois.

Nesse ano, José Sarney, aos 36 anos de idade, desbancou o vitorinismo, vencendo o próprio  governador Newton Belo,  que renunciou quatro dias antes de sua posse para não lhe passar o governo. Todos sabiam que Newton Bello era o governador, mas quem mandava no Maranhão era o senador Vitorino Freire. A partir daí, Sarney e Cafeteira passaram a se engalfinhar tenazmente pelo comando político da capital e depois do Estado.  Só selariam a pacificação em 1984 quando Tancredo Neves foi eleito presidente da  República pelo Colégio  Eleitoral e os dois estavam no MDB.

Tancredo morreu em 21 de abril de 1985, abrindo espaço para a posse de Sarney na presidência. Cafeteira disputou  e venceu o governo do Estado, com apoio de Sarney, rompendo com ele ao final do mandato e se unindo ora com João Castelo, ora com Jackson Lago, até que, brigou com este último e se uniu ao grupo Sarney nos últimos anos  de sua vida, quando exercia o mandato de senador. Ele morreu em 13 de maio de 2018, em Brasília, depois de ter sido deputado federal, prefeito de São Luís, governador e senador.

Vivi muitas agruras no tempo  de criança. Apesar de funcionário público federal, Hilário não tinha apego familiar. Priorizava a boemia com os amigos. Por conta disso, Bibi se desdobrava em muita educação. Noite e dia me ensinando a ler e escrever, às vezes  sob a  luz da lamparina Aos 6 anos, estava alfabetizado por ela. Aos 7, fui levado a uma escola administrada pela Associação dos funcionários da Superintendência de Endemias Rurais. Minha mãe foi chamada pela professora.

-Dona Benedita, quero lhe parabenizar, mas seu filho acaba provocando um problema, porque sabe ler e escrever e os demais estão em fase de alfabetização.

Só iria para outra escola, no ano seguinte, mas aí veio a minha tragédia com a morte dela.

 

Era muito dura quanto ao meu comportamento. Não admitia mentiras e, se anunciasse que tivesse achado qualquer objeto de valor ela antes fazia uma investigação criteriosa sobre o achado. Não me ara admitido, por exemplo, ficar no mesmo ambiente durante conversa de adultos.

Lembro que moramos em várias casas alugadas nos bairros do João Paulo, Alto São Benedito e Ivar Saldanha. Conforto zero! Nunca tivemos luz elétrica, fogão a gás ou pelo menos um sofá na sala. Hilário dividia o tempo no trabalho, bebidas e fora isso, muita leitura. Devorava livros de português, matemática e latim.

Tivemos um casebre próprio, na parte baixa que margeava o quilômetro 8 da estrada de ferro São Luís/Teresina, no bairro Santo Antônio. A mata imensa da parte de trás levava ao Batatan, antes da construção da Avenida dos Franceses. Uma área inclusive de caça de animais silvestres.

Um sufoco danado!  A casa de taipa coberta de palhas, portas e janelas de mensaba e chão batido. A mobília se resumia a três mochos na sala. Apenas redes para dormir e, na cozinha, uma mesinha com banquinhos de madeira, um pote e um fogareiro a carvão.

Para completar, havia a maria-fumaça que aterrorizava os moradores. Não havia casas de telhas na vizinhança e a maria-fumaça, soltando brasas na passagem, vez por outra provocava incêndios numa residência. Como ato preventivo, sempre havia baldes de águas nas portas, para qualquer eventualidade.

Quando da passagens dos trens de cargas ou de passageiros, as casas tremiam, fazendo com que acordássemos durante a noite. Melhor do que o risco de uma casa pegando fogo. Eu passava um sufoco danado, imaginando que o trem pudesse desabar sobre a casa.

Naquele fatídico 8 de dezembro, o corpo de Bibi só chegou em casa altas horas da noite, acompanhado por um séquitos de amigos que ela conquistou durante sua curta vida. No velório, ouvi murmúrios de seu Hilário, de que não poderia ir ao enterro e aí montei minha estratégia. Recebia, a todo instante, um abraço e um beijo de amigos do casal e de parentes.

Na manhã do dia seguinte, fui chamado por Hilário e Deolinda, me informando que não iria ao sepultamento. Continuei chorando e nada respondi. O cortejo saiu às 15h. Duplas de homens, estimulados pela cachaça, se revezavam no carregamento do caixão, numa rede, sustentada por um caibro de madeira. Um na frente e outro atrás, em trote, pela via férrea, rumo ao cemitério do São  Cristóvão. Fiquei olhando de longe. Quando o grupo desapareceu na primeira curva, iniciei uma corrida, mas sempre articulando para que ninguém me visse.

Cheguei quase  junto com a turma, para surpresa geral. Não poderia deixar de participar da despedida daquela que me deu à luz. Como legado, a retidão de caráter  e a alfabetização como grande herança. Tive a sorte de cruzar, posteriormente, o caminho de outras grandes mulheres, verdadeiras mães que me adotaram como filho. Ana Amélia Lopes da Silva, Elizabeth Rodrigues, a Lizoca e Luzia Souto, sobre as quais estarei escrevendo a seguir.

A saudade jamais se esvaiu durante todo esse tempo. Só tenho a  agradecer. Foi uma gigante, do alto de 1,50m em uma curta mas marcante passagem pela Terra. Seus ensinamentos me guiaram e continuarão a me guiar pelo caminho do bem.

Muito obrigado, Mãe Bibi!