Prefeitura decreta ponto facultativo para esta quinta-feira

A Prefeitura de São Luís decretou ponto facultativo nesta quinta-feira (24) nos órgãos da administração direta, indireta, autárquica e funcional do Poder Executivo Municipal. O ponto facultativo antecede o feriado da Sexta-Feira Santa (25). O expediente voltará ao normal nos órgãos municipais nesta segunda-feira (28).

Durante feriados municipais e ponto facultativo, os serviços públicos considerados essenciais – como saúde, limpeza pública, guarda municipal, fiscalização de trânsito e terminais de integração de passageiros – devem garantir o atendimento por escalas de serviço ou plantão.

CALENDÁRIO 2016

Está disponível no portal da Prefeitura de São Luís (www.saoluis.ma.gov.br) o calendário de feriados e pontos facultativos do ano de 2016. A medida possibilita maior planejamento tanto do servidor, quanto dos órgãos do Poder Público Municipal, incluindo autarquias e fundações públicas. São 26 feriados e pontos facultativos ao longo de todo o ano.

DATA – DIA DA SEMANA – DENOMINAÇÃO – NATUREZA

24 de março – Quinta-feira – Quinta-feira Santa – Ponto Facultativo

25 de março – Sexta-feira – Paixão de Cristo – Feriado Nacional

27 de março – Domingo – Páscoa – Feriado Nacional

21 de abril – Quinta-feira – Tiradentes – Feriado Nacional

22 de abril – Sexta-feira – Ponto Facultativo – Ponto Facultativo

1 de maio – Domingo – Dia do Trabalho – Feriado Nacional

26 de maio – Quinta-feira – Corpus Christi – Ponto Facultativo

27 de maio – Sexta-feira – Ponto Facultativo – Ponto Facultativo

29 de junho – Quarta-feira – Dia de São Pedro – Feriado Municipal

30 de junho – Quinta-feira – Dia de São Maçal – Ponto Facultativo – Ponto Facultativo

29 de julho – Sexta-feira – Dia da adesão do Maranhão à Independência do Brasil e Postergação do dia 28 de julho – Feriado Estadual

7 de setembro – Quarta-feira – Independência do Brasil – Feriado Nacional

8 de setembro – Quinta-feira – Natividade de Nossa Senhora/Aniversário da Cidade – Feriado Municipal

9 de setembro – Sexta-feira – Ponto Facultativo – Ponto Facultativo

12 de outubro – Quarta-feira – Nossa Senhora Aparecida – Feriado Nacional

28 de outubro – Sexta-feira – Dia do Servidor Público – Ponto Facultativo

02 de novembro – Quarta-feira – Finados – Feriado Nacional

14 de novembro – Segunda-feira – Ponto facultativo – Ponto Facultativo

15 de novembro – Terça-feira – Proclamação da República – Feriado Nacional

8 de dezembro – Quinta-feira – Dia da Nossa Senhora da Conceição – Feriado Municipal

9 de dezembro – Sexta-feira – Ponto Facultativo – Ponto Facultativo

25 de dezembro – Domingo – Dia de Natal – Feriado Nacional

Odebrecht – Sarney, Aécio, Renan e outros figurões na lista da propina

SARNEY, RENAN E LULAtabela da corrupção 1

 

Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada ontem (22.mar.2016) pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22.fev.2016.

Como eram de uma operação de 1 mês atrás e só foram divulgados ontem (22.mar) pela Polícia Federal, os documentos acabaram não sendo mencionados no noticiário sobre a Lava Jato.

tabela da corrupção 2

No início da tarde desta 4ª feira (23.mar), o juiz Sérgio Moro determinou que esse material fosse colocado sob sigilo. O UOL teve acesso às informações quando os dados estavam públicos.

As planilhas são riquíssimas em detalhes –embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente ser considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.

Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

A maior parte do material é formada por tabelas com menções a políticos e a partidos.

Várias dessas planilhas trazem nomes, cargos, partidos, valores recebidos e até apelidos atribuídos aos políticos.

tabela da corrupção 3

Algumas tabelas parecem fazer menção a doações de campanha registradas no TSE. Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo.

Parte significativa da contabilidade se refere à campanha eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores. As informações declaradas no SPCE (Sistema de Prestação de Contas Eleitorais, do TSE) desse ano não correspondem às dispostas nas tabelas. Na planilha acima, por exemplo, as siglas OTP e FOZ aparecem assinaladas ao lado de diversos candidatos, mas nem Odebrecht TransPort nem Odebrecht Ambiental (Foz do Brasil) realizaram doações registradas naquela eleição.

Em 2012, a Construtora Norberto Odebrecht doou R$ 25.490.000 para partidos e comitês de campanha e apenas R$50 mil para uma candidatura em particular –a de Luiz Marinho, candidato do PT à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).

Em 2014, a soma de doações da construtora foi de R$ 48.478.100, divididos entre candidaturas individuais e comitês dos partidos. Em 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões, apenas para partidos e comitês de campanha.

APELIDOS
Eis alguns apelidos atribuídos aos políticos nos documentos da Odebrecht, vários com conteúdo derrogatório:
Jaques Wagner: Passivo
Eduardo Cunha: Caranguejo
Renan (Calheiros): Atleta
José Sarney: Escritor
Eduardo Paes: Nervosinho
Humberto Costa: Drácula
Lindbergh Farias: Lindinho
Manuela D’Ávila: Avião

 COPA E LEBLON
A papelada que serve de base para este post foi apreendida por 4 equipes da PF em 2 endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr. no Rio de Janeiro nos bairros do Leblon e de Copacabana.

Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio.

Um dos textos refere-se, de forma cifrada, às regras internas de funcionamento do cartel de empreiteiras da Lava Jato. O grupo é chamado de “Sport Club Unidos Venceremos”.

O juiz federal Sérgio Moro liberou ontem (22.mar.2016) o acesso ao material apreendido com outros alvos da Acarajé. São públicos os documentos apreendidos com Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana, e com o doleiro Zwi Skornicki, entre outros.

OUTRO LADO
A Odebrecht foi procurada pela imprensa. Nesta 4ª (23.mar.2016), a assessoria da empreiteira enviou esta nota: “A empresa e seus integrantes têm prestado todo o auxílio às autoridades nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários”.

Todos os políticos citados, já procurados por causa de outras reportagens, negam ter recebido doações ilegais em suas campanhas.

 

Após reunião na casa de Sarney, Lula não convence PMDB a rever saída

Lula-e-Sarney

 

Apesar dos apelos do Palácio do Planalto, de Lula e da ala governista do PMDB, o diretório nacional do partido vai se reunir no dia 29 de março para definir a data-limite do desembarque do governo. Os sete peemedebistas que compõe o ministério da presidente Dilma Rousseff deverão entregar seus cargos até o dia 12 de abril.

Lula envolveu-se nas discussões e trabalhou para adiar a reunião do diretório. No entanto, conseguiu apenas convencer o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a dar uma declaração pública de que sigla agrava a crise se sair do governo. “O PMDB não pode dar o gatilho do impeachment”, disse Renan.

O presidente do Senado falou com os jornalistas minutos depois de encontrar-se com Lula na casa do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP).

A conversa entre os três durou duas horas. Renan se negou a dar detalhes, mas a reportagem apurou que o objetivo de Lula era buscar o adiamento da reunião do diretório do dia 29 de março para o dia 12 de abril. No começo da noite, um grupo de mais de 20 deputados pressionou o vice-presidente Michel Temer – que é também presidente nacional do partido – a não aceitar a mudança.

Apesar da tentativa de ajudar Dilma e Lula, Renan nega qualquer desentendimento com Temer, que é o principal beneficiário em caso de impeachment da presidente. Nos bastidores, o próprio vice tem defendido que não é o momento de “pular etapas”. Ele não quer ser tachado como “golpista” e, por isso, tem evitado conversas mais explícitas sobre as articulações em favor do afastamento de Dilma. Temer, porém, negou-se a participar da reunião de coordenação de governo realizada anteontem.

Mesmo com algumas divergências, a avaliação geral das duas alas do PMDB é de que hoje o impeachment de Dilma é inevitável. Aliado de Renan, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirma que se o governo não conseguir 171 votos na Câmara para barrar o impeachment, o Senado não conseguirá reverter essa decisão – o afastamento da presidente precisa ser aprovado nas duas Casas. “Se aprovar na Câmara, dificulta muito no Senado”, disse. “Eu tenho de respeitar a vontade da bancada”, completou.

Renan compartilha da mesma opinião. Publicamente, no entanto, o presidente do Senado quer demonstrar “imparcialidade” e “caráter institucional”. Na terça-feira (22), ao falar sobre o impeachment, chegou a dizer que “o crime de responsabilidade” da presidente precisa ser configurado. “O que a história dirá se votarmos um impeachment sem crime?”, questionou.

Impasse

Mesmo antes do apelo de Lula para que o PMDB “dê tempo ao tempo” e não tome agora a decisão de sair do governo, ministros do partido conversaram na segunda-feira (21) com Temer, que comanda o partido, numa tentativa de traçar uma estratégia conjunta.

Dos sete ministros do PMDB, pelo menos três não estão convencidos de que devem entregar seus cargos. A interlocutores, o recém-empossado ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes, confidenciou: “Se o PMDB deixar o governo, a decisão sobre continuar no cargo é minha”.

No comando da Secretaria dos Portos, Helder Barbalho, por sua vez, deve usar o leilão do dia 31 como argumento para permanecer no ministério ao menos até lá. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, é amiga de Dilma. Há quem aposte até numa desfiliação sua do PMDB para permanecer ao lado da presidente, caso o partido decida pelo divórcio. (Colaboraram Daniel Carvalho, Ricardo Brito,Eduardo Rodrigues e Erich Decat).

 

Operação Santa Ceia é deflagrada em várias cidades do interior do Estado

20160323040048Uma operação da Polícia Civil no interior do Estado, nas cidades de Itapecuru Mirim, Chapadinha, Rosário e Nina Rodrigues, que ainda está em andamento conta com a participação de mais de cinquenta policiais.

A operação foi coordenada pela Superintendência de Polícia Civil do interior e foi batizada como “Santa Ceia” e cumpre dezoito mandados de Buscas e apreensões.

Os policiais já apreenderam várias armas em dezoito casas, que foram identificadas como pontos de venda drogas.

O Superintendente de Polícia Civil do Interior, Delegado Dicival Gonçalves dará mais informações sobre o resultado da operação, no período da tarde desta quarta-feira (23), em uma coletiva.

Reunião de Lula, Sarney e Renan faz PT apostar em rito lento no Senado

Senadores do PT ficaram entusiasmados com os primeiros retornos do encontro do ex-presidente luiz Inácio Lula da Silva com o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-ASARNEY, RENAN E LULAL), e com o ex-presidente José Sarney. Até então, a avaliação era que o processo de impeachment passaria de forma rápida no Senado, depois de aprovado pela Câmara.

 

Para petistas, se Renan mantiver o compromisso assumido com Lula, o cronograma do processo de impeachment no Senado poderá ser mais lento do que o imaginado inicialmente.

 

Cinco vereadores ainda estão em busca partidos

 

Deputados e vereadores tiveram até o último dia 18 para deixar os partidos dos quais faziam parte sem perda dos mandatos. No entanto, de acordo com a reforma eleitoral, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, na Lei 13.165/2015, aqueles que vão disputar a reeleição este ano têm até o dia 2 de abril para se filiar a um partido, ou seja, seis meses antes da data do primeiro turno das eleições, que será realizado no dia 2 de outubro.

Na Câmara, o troca-troca partidário não acabou com o final da janela para quem tem mandato. Pelo menos cinco vereadores de São Luís se desfilaram, mas ainda buscam novas legendas. O prazo de filiação encerra na próxima semana.

O vereador Sebastião Albuquerque, por exemplo, enfrenta dificuldades para encontrar uma nova legenda de olho na reeleição. Ele deixou o DEM e desde então tenta filiação a um novo partido. Já conversou com PEN e PHS, mas o caminho mais provável é o PR.

O vereador Ricardo Diniz deixou o PHS e também busca uma nova legenda para disputar a reeleição. O PPS e PRTB são cotados. Quem está na mesma situação e a vereadora Bárbara Soeiro que saiu do PMN. Ela ainda está avaliando os convites. Luciana Mendes deixou o PTdoB e pretende disputar a reeleição por um dos partidos que lhe fizeram convites, um deles é o PP.

Estevão Aragão que já havia trocado o PPS pelo SD, confidenciou que não vai disputar a reeleição pelo partido do secretário Simplício Araújo. O caminho mais provável é o PSB.

Confira como fica a composição com o troca-troca na Câmara:

PSDB

Josué Pinheiro, José Joaquim, Dr. Gutemberg e Eidimar Gomes

PDT

Osmar Filho, Ivaldo Rodrigues, Barbosa Lages e Pavão Filho

PP

Manoel Rego e Francisco Chaguinhas

PSL

Isaias Pereirinha e Francisco Carvalho

PMDB

Fábio Câmara

PSB

Roberto Rocha Júnior

DEM

Romulo Franco (na vaga de Marquinhos que está licenciado)

PT

Honorato Fernandes

PR

Astro de Ogum

PMB

Rose Sales

PSDC

Armando Costa

PRP

Nato

PTB

Pedro Fernandes

PCdoB

Professor Lisboa

SD

Estevão Aragão

PRB

Bispo Paulo

PTC

Edmilson Jasen

PROS

Beto Castro

PTdoB

Marlon Garcia

*SEM PARTIDO

Luciana Mendes, Sebastião Albuquerque, Ricardo Diniz e Barbara Soeiro. *Eles têm até o dia 2 de abril para definir as legendas por onde deverão disputar a reeleição.

Janela partidária’ altera composição da Câmara Municipal de São Luís

Doze vereadores trocaram de partido durante a janela que abriu espaço para que políticos de mandatos proporcionais (deputados e vereadores) pudessem mudar de partido sem a perda do cargo. plenário da câmara de Sao luisA troca foi possível até a última sexta-feira (18).

jO maior beneficiado com a troca foi o PSDB, comandado atualmente pelo vice-governador Carlos Brandão. A sigla passa de três para quatro vereadores com a chegada de Josué Pinheiro que pertencia ao PSDC. Ele divide a bancada do parido com os vereadores José Joaquim Guimarães, Gutemberg Araújo e Eidimar Gomes que se efetivou na cadeira depois da eleição de Sérgio Frota para deputado, em 2014.

Outra sigla com quatro vereadores é o PDT, que ganhou a filiação de Osmar Filho. O líder do governo na Casa divide bancada com os vereadores Pavão Filho, Barbosa Lages e Ivaldo Rodrigues.

 

Outro beneficiado foi o PP do deputado federal Waldir Maranhão. Passam a integrar as fileiras do partido os vereadores Francisco Chaguinhas e Manoel Rego.

Já o PR, que antes não tinha nenhum representante na Câmara, recebeu a filiação do presidente da Casa, vereador Astro de Ogum. A legenda aguarda ainda a filiação de Sebastião Albuquerque, que deixou o DEM.

O maior prejudicado com as mudanças foi o Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), que era a segunda maior bancada da Câmara com três vereadores, mas agora terá apenas um representante, o vereador Marlon Garcia. Um dos principais fatores que levaram o partido a perder representantes foi o anúncio de desfiliação da vereadora Luciana Mendes, que deixou a legenda e deve anunciar até o dia 2 de abril, sua nova sigla por onde pretende disputar a reeleição.

Com a saída de Barbara Soeiro, o PMN que tinha dois vereadores na Câmara – além dela, foi eleito pelo partido o vereador Astro de Ogum – deixou de ter representatividade na Casa. A vereadora Rose Sales foi a única na Casa que mudou de partido quatro vezes. Elegeu-se pelo PCdoB, depois foi para o PP, em seguida migrou para o PV e hoje está no PMB, que passou a ter representação no Parlamento Municipal.

O vereador Antônio Marcos Silva, o Marquinhos foi eleito pelo PRB, mas acabou se filiando ao DEM. Beto Castro deixou o PRTB e se filiou ao Pros. Fechada a janela partidária, o PSDB e PDT seguem como maiores bancadas da Câmara, agora com quatro parlamentares. O PMN, PHS, PV e PRTB perderam representação e o PP, PROS, PR e PMB passam a ter representantes na Câmara.

 

 

 

PF encontra no apartamento de Lula 130 recibos referentes a obra em sítio de Atibaia

recibo

Policiais federais acharam no apartamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um arquivo com cerca de 130 recibos de materiais de construção comprados para a reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que somam R$ 66,1 mil.

Também encontraram uma nota fiscal de uma porta de correr, entregue em Atibaia, em que consta como cliente um engenheiro da empreiteira Odebrecht.

Os documentos datam dos primeiros meses de 2011, quando foram feitas as benfeitorias na propriedade que pertence a Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios de um dos filhos de Lula.

Os recibos estão em nome de Igenes Irigaray Neto, arquiteto que naquela época trabalhou para o pecuarista José Carlos Bumlai. O pecuarista é suspeito de ter arcado com os gastos de benfeitorias do sítio naquela época, junto com a Odebrecht e a OAS.

Nos comprovantes, que em valores atualizados somam R$ 90,6 mil, também é citado o caseiro Élcio Vieira, conhecido como Maradona.

Os papéis foram expedidos pela loja Depósito Dias, cuja ex-proprietária disse à Folha em janeiro que a Odebrecht gastou, só em materiais, cerca de R$ 500 mil com a reforma do sítio.

A nota fiscal da porta de correr de madeira, no valor de R$ 6.150, está em nome do engenheiro civil Paulo Henrique Kantovitz, empregado da Odebrecht. A empresa vendedora da porta é de São Paulo e fez a entrega no Depósito Dias, em Atibaia. A aquisição foi em fevereiro de 2011.

O Ministério Público Federal afirma que a Usina São Fernando, da família Bumlai, gastou R$ 747,4 mil na reforma do sítio naquela época e que a OAS pagou outros R$ 170 mil em mobília.

Também diz que a Odebrecht deslocou uma equipe para a obra e que oengenheiro da empreiteira Frederico Barbosa procurou manter em segredo sob sua identidade, emitindo notas fiscais em nome de Irigaray Neto.

Todos os papéis foram recolhidos pela PF na ação de busca no apartamentodo ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP), no último dia 4, quando Lula também foi alvo de um mandado de condução coercitiva.

As notas e recibos foram anexados em um inquérito que teve o sigilo levantado na semana passada por ordem do juiz federal Sergio Moro. Nos autos, não há nenhuma conclusão dos investigadores sobre esses documentos.

Além do conjunto de recibos emitidos pelo Depósito Dias, há ao menos duas notas fiscais em nome de Rogério Aurélio Pimentel, ex-assessor da Presidência. Uma delas é de uma capa de piscina, comprada na mesma época, por R$ 1.100. Um outro comprovante anexado, de gastos em uma vidraçaria, também está em nome de Irigaray. Ela se refere a uma compra de R$ 5.000.

OUTRO LADO

A defesa do ex-presidente Lula diz que ele tomou conhecimento que a família Bittar e Jonas Suassuna haviam adquirido o sítio em Atibaia em 13 de janeiro de 2011 e que “nenhum documento levado ao inquérito altera esse fato”.

“Os agentes do Estado deveriam apresentar uma conclusão apenas ao final do processo de investigação. Merece repúdio que opiniões ou mesmo pensamentos desejosos daqueles que deveriam zelar pela aplicação da lei sejam utilizados para promover o espetáculo público e legitimar arbitrariedades”, escreveram em nota os advogados do petista, Cristiano Martins e Roberto Teixeira.

Anteriormente, a defesa de Lula tinha afirmado que seus amigos e familiares “podem ter dado algum auxílio” na etapa final da reforma da propriedade rural.

Folha também procurou a Odebrecht, que disse apenas que está colaborando com as investigações e que os esclarecimentos sobre o assunto serão prestados ao longo do inquérito.

A reportagem não conseguiu localizar o engenheiro Kantovitz nesta segunda (21).

 

PF cumpre 110 mandados da 26ª fase da Lava Jato e mira a Odebrecht

lava jato

Movimentação na sede da Polícia Federal, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (22), durante a 26ª fase da Operação Lava Jato. (Foto: Marcos Bezerra/ Estadão Conteúdo)

Movimentação na sede da Polícia Federal, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (22), durante a 26ª fase da Operação Lava Jato. (Foto: Marcos Bezerra/ Estadão Conteúdo)

A Polícia Federal (PF) cumpre mandados da 26ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta terça-feira (22). Cerca de 380 policiais federais cumprem 110 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco. A atual fase foi batizada de ‘Xepa’ e tem como alvo o Grupo Odebrecht.

As investigações apontam possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro oriundos da Petrobras que teriam sido cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao grupo.

Do total de mandados, 67 mandados são de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, 11 mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva.

Até as 7h47, seis mandados de prisão, 25 de busca e apreensão e 25 de condução tinham sido cumpridos em São Paulo.

A atual fase é um desdobramento da 23ª fase, que foi batizada de Acarajé. A ação foi deflagrada no dia 22 de fevereiro e prendeu o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, além de mulher dele Monica Moura. Os dois são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior e estão detidos na Superintendência da PF, em Curitiba.

Setor organizado na Odebrecht

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), durante a deflagração da Acarajé, que era o nome utilizado pelos suspeitos para se referir ao dinheiro irregular, foram constatados indícios de que foi instalado um setor organizado dentro da estrutura da Odebrecht.

E que esse setor  era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empresa, chamado “setor de operações estruturadas”. O MPF apurou que os pagamentos se estenderam até novembro de 2015, mais de um anos após a deflagração da Lava Jato.

A missão do grupo formado era, dentre suas missões, viabilizar, mediante “pagamentos paralelos”, atividades ilícitas realizadas em favor da empresa.

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.

Cidades alvo da operação

Em São Paulo, os mandados estão sendo cumpridos na capital, em Guarujá, Guarulhos, Jundiaí e Valinhos; no Rio de Janeiro: na capital e Angra dos Reis; na Bahia: em Salvador e Mata de São João; no Distrito Federal: em Brasília; em Pernambuco: no Recife; em Minas Gerais: em Belo Horizonte; e no Rio Grande do Sul: em Porto Alegre.

 

Empregada doméstica procura filho deixado há quase 40 anos com o pai no Maranhão

Na modesta casa no Jardim Campo Alegre, em Queimados, na Baixada Fluminense, Maria José e o filho caçula, o carroceiro Armildo, alimentam a esperança de reencontrar Cláudio. Foto: Cléber Júnior / Cléber Júnior

filho e mãe

Maria José: ‘’Não tinha condição de cuidar dele. Somos muito pobres’’ Foto: Cléber Júnior / Cléber Júnior

Quando vai à Via Dutra colher capim para alimentar os seus cavalos, Armildo Santos Machado puxa conversa com pedestres. Reza para que um deles seja seu irmão. Ou tenha ouvido falar dele. Movido pela vontade de realizar o maior desejo da mãe, o carroceiro de Queimados tenta encontrar Cláudio Martins do Nascimento. Filho do meio de Maria José Machado, ele foi entregue com seis meses ao pai, em São Luís do Maranhão, há quase 40 anos, e nunca mais foi visto por ela.

— Não tinha condição de cuidar dele. Somos muito pobres — lamenta a empregada doméstica, de 61 anos, que já tinha um filho na época, Jean, que ficou com a avó no Maranhão.

O namoro com o pai de Cláudio, Sebastião, durou três anos. Ele era mais velho do que ela, casado e dono de uma serralheria. Logo após o nascimento de Cláudio, terminaram a relação extraconjugal de forma turbulenta, e ele pediu para ficar com a criança. Diante da pobreza, ela cedeu. O garoto foi aceito pela mulher de Sebastião, que ajudou a criá-lo. Maria José veio para o Rio de Janeiro, na esperança de melhorar de vida. Aqui nasceu Armildo, de 31 anos. Ele cresceu ouvindo sobre o irmão que nunca viu.

— Torço muito para que ele esteja bem e que tenha crescido num lar feliz — comenta o irmão, que está disposto a tudo para localizar Cláudio: — Quero fazer o que puder para ajudar a nossa mãe, ela é a pessoa que eu mais amo na vida.

Em uma casa muito modesta de paredes amarelas e cor-de-rosa, no Jardim Campo Alegre, os dois não perdem a esperança de localizá-lo. Maria José sonha com o que vai dizer ao filho.

— Esse dia será o mais importante da minha vida. Ao estar frente a frente, talvez não reconheça, mas o meu coração de mãe vai dizer: é ele. Eu te amo — diz ela, com os olhos marejados.

Pistas são muito escassas

Sem fotos ou certidão de nascimento, as pistas do paradeiro de Cláudio são escassas. O que se conhece são cenários da história, como a serralheria de Sebastião, na Av. Kennedy, em São Luís, onde Maria José morava.

Sebastião, a mulher e Cláudio, além da filha do casal com o marido, mudaram do Maranhão para Limoeiro, em Pernambuco. Quando pensa na mãe postiça que acolheu seu filho, Maria José só pensa em agradecer.

— Mãe de verdade é quem cria. Eu devo muito a ela — afirma a doméstica.

Hoje, se estiver vivo, Cláudio tem entre 35 e 37 anos — Maria José não lembra o ano de nascimento. Como deve ser parecido com os irmãos, é moreno e corpulento.

— Fui criado sozinho e um irmão é diferente de um melhor amigo. É o meu sangue, uma parte da minha mãe — diz Armildo.

 

 

*Estagiária sob a supervisão de Celso Oliveira