Polícia confirma novos ataques a ônibus em São Luís

ATAQUE A COLETIVO

 

Dois ônibus foram atacados na manhã desta sexta-feira (20) no Bairro João de Deus e Primavera, em São Luís. Este foi o sexto ataque registrado em menos de 24 horas. Apesar da tentativa de incêndio, o fogo conseguiu ser controlado e os veículos não foram consumidos.

Na noite de quinta-feira (19), quatro veículos foram incendiados na Região Metropolitana De São Luís. Na ocasião centenas de usuários acabaram sendo surpreendidos com a medida.

O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema) informou que após reunião entre o presidente e demais diretores da entidade, realizada durante esta manhã, ficou decidido que a proporção que mais ônibus forem atacados, a frota da linha em questão será recolhida e os veículos levados para as garagens, até que a situação seja normalizada.

De acordo com informações da Polícia Militar, a tentativa de incêndio ocorreu por volta das 11h30 no ponto final da linha Coroadinho / Bom Jesus no bairro Primavera. O motorista, com ajuda da população, conseguiu controlar as chamas e evitar que o veículo fosse consumido.

O primeiro ataque do dia ocorreu por volta de 7h10. O ônibus que fazia linha São Bernardo-João de Deus foi abordado pelos suspeitos nas proximidades da Avenida Santos Dumont. O próprio motorista controlou as chamas com o extintor de incêndio do veículo.

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luis (SET) confirmou que manterá a circulação da frota dentro da normalidade. A empresa 1001 resolveu recolher os veículos que fazem linha Coroadinho e Pão de Açúcar devido aos últimos ataques.

Prisões de incendiários

A Secretaria de Segurança Pública confirmou a prisão de 14 pessoas por suspeitas de participação do ataque ocorrido na quinta-feira (19). Os nomes, no entanto, ainda não foram divulgados pela polícia. Dois deles participaram dos ataques em 2014. Todos foram autuados em flagrante ainda pela manhã. A apresentação dos suspeitos ocorre pela tarde, às 14h30.

O secretário de Segurança Pública Jefferson Portela garantiu que todo o efetivo foi acionado para garantir a segurança da população e que os esforços são para identificar os mandantes dos ataques.

 

Ordem veio de Pedrinhas

Portela ainda confirmou que as ordens dos ataques foram feitas de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que ganhou destaque nacional após fugas, mortes e rebeliões sangrentas. Em 2014, detentos ordenaram ataques a ônibus por causa das constantes revistas no presídio.

O complexo é formado por oito unidades em São Luís: Penitenciária de Pedrinhas, Centro de Detenção Provisória (CDP), Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), Centro de Triagem (CT), Casa de Detenção, Presídio São Luís I e II (PSL I e PSL II) e Centro de Reeducação e Integração Social das Mulheres Apenadas (Crisma) ou Presídio Feminino (PF).

O Complexo é conhecido internacionalmente pelos problemas de segurança gerados por fugas e mortes, e também foi palco de brigas de facções, com presos decapitados. Ainda de acordo com o secretário, todos os mandantes foram identificados e serão devidamente interrogados.

“Há uma organização criminosa por trás dos ataques e vamos identificar e punir os autores desses atos covardes. O núcleo desses organizados como sempre está lá. Existem várias maneiras deles se comunicarem: via telefone, visitas que podem ser portadores dessas ordens. O que importa é identificar o autor intelectual e ele vai sentir as consequências” afirmou.

As investigações serão comandadas pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), segundo informou Portela.

Segurança agre rápido e prende 14 bandidos envolvidos em incêndios a ônibus

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Policiais militares, civis e do Corpo de Bombeiros intensificaram o cerco aos bandidos que atearam e ainda tenta tocar fogos nos ônibus. Pelo ar, os helicópteros do CTA cruzam os céus da Região Metropolitana abortando a ação da facção que incendiou ontem cinco coletivos e tentou hoje em mais dois.

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Agora à tarde, o cerco foi feito no Ipase de Baixo, onde bandidos estavam reunidos para colocar em prática o incêndio aos ônibus que circulam naquela região. Na foto acima, o momento em que o delegado Augusto barros abordou um deles.

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A polícia teve muito trabalho porque muitos deles se esconderam na lama, como mostra a foto abaixo.

A Secretaria de Segurança Pública informou que 14 pessoas foram presas e que duas tinham sido presas em 2014 por envolvimento no mesmo crime, que resultou na morte da menina Ana Clara, de apenas seis anos.

Assembleia libera militares

Para colaborar com a ação da polícia, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho, liberou todos os militares que fazem a segurança daquele poder.

“Estamos atentos aos últimos fatos ocorridos na cidade de São Luís, e não vamos medir esforços em apoiar o governador Flávio Dino, no combate à violência”, disse Coutinho.

 

 

O NOME É AMÉRICO

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João Melo e Sousa Bentivi

 

Américo Azevedo Neto ou simplesmente Américo. Está entremeado em minha vida. Quando estudante do Luís Viana já o conhecia de nome, por suas qualidades literárias. Fui ao Rio de Janeiro fazer a minha residência Médica e, voltando, atendendo aos meus dotes jornalísticos, adentrei aos meandros da notícia, no curso de Jornalismo da UFMA.

Antes de terminar o curso, iniciei a minha petulância jornalística e, não sei por quais razões, apareci em um jornal, na época grande representante da oposição: O Jornal de Hoje.

Ainda nesse tempo, como líder de um movimento grevista que fez história, quando paramos toda rede pública de São Luís, fui preso por quase duas semanas, por ordem do governador Luiz Rocha (sou um dos poucos presos políticos que conheço, ainda vivo, no Maranhão) e, preso, protagonizei uma correspondência com o Américo.

Explicando melhor, à época, o Américo escrevia uma série de crônicas denominadas Cartas a Daniel. Daniel referia-se ao tal de La Touche que, hipoteticamente, falava com o Américo. Assim, fui importante, pois conversava, da cadeia, como Senhor de La Ravardière. Isso inspirou-me a, anos depois, estabelecer no Jornal Pequeno, na coluna semanal Janela Livre, uma série denominada Conversando com Papai, na qual descrevi com habilidade e astúcia, com era o governo da senhora Roseana. Um desastre, reafirme-se.

A partir daí configurou-se uma grande amizade, a tal ponto de, em algumas ocasiões, sentir-me diretor sem pasta do Grupo Cazumbá, a jóia da coroa do coração saltitante do Américo.

Pois bem, nesse desastre chamado governo Dino, tenho o cuidado de analisar as suas peças e pedir a Deus proteção para os meus amigos que por lá labutam. Minha oração, creio, não produziu os efeitos desejados por mim. Um foi o Marco Pacheco, judiado até a tampa. Pacheco entregou o seu nome, um nome limpo para esse governo e esse governo não o deixou trabalhar. O outro é o Américo, motivo dessa matéria.

Só ser Américo já é um fato relevante. Significa chefe trabalhador, chefe ativo, chefe da casa. Sim, Américo. Mas quando esse Américo é Azevedo, a coisa aumenta de temperatura. O sobrenome Azevedo é, com certeza, a mais rica tradição artística e literária do Maranhão. Não é a toa que todos os Azevedos passaram pela Academia Maranhense de Letras.

O caso do nosso teatro é mais emblemático: Américo é descendência direta de um senhor conhecido aqui e mundo afora, como Artur Azevedo.

Não é um qualquer e, aproveito para me desculpar com Américo, pelas lacunas que essa minha descrição deixará. Típico homem das letras, Américo é jornalista, ensaísta, poeta, contista, cronista, diretor de teatro, crítico, teatrólogo, ator, folclorista, diretor cênico, diretor de dança, etc. etc.

Nada mais concordante que esse homem dirigisse o teatro Artur Azevedo. Falei para muitas pessoas que o governador Dino tinha marcado um gol e que gol de placa com a nomeação do Américo para dirigir a nossa principal casa teatral.

Santa burrice de minha parte. Analisei o Américo e me esqueci de pensar no Dino. Repito, muita burrice!

De repente, um amigo me liga inconformado: Bentivi, o Américo não é mais diretor do teatro. Incontinente, perguntei o pior: ele morreu? Sim, meus amigos, como era uma das poucas escolhas inteligentes desse governo, só a morte para tirá-lo. Repito: um dos poucos fios de inteligência desse governo não poderia sucumbir. Não rapaz, ele está vivo, só que está muito puto, respondeu o meu interlocutor.

Conversa foi e fiquei sabendo, então, do verdadeiro motivo da exoneração do Américo: ser o que sempre foi – um homem sério. Parecem que os homens sérios não possuem longevidade em determinados ambientes.

A informação não contestada afirma que o Américo colocou falta em determinada servidora que não comparecia às suas obrigações no teatro. Como um administrador correto e honesto vai marcar presença em alguém que não existe no local de trabalho? Américo não seria o reitor da UEMA que deu presença para o faustoso Waldyr Maranhão, sem que esse participasse de um único seminário, quanto mais ministrado aula.

Vamos sonhar com a seriedade desse governo Dino. Estou sonhando. Imagino, agora, que o fato do Américo ter defendido a coisa pública seria tão óbvia que não chamaria a atenção de ninguém e o governador não se incomodaria com um fato tão lógico. Aliás, um fato simplório administrativamente como esse nem deveria merecer o conhecimento do governador. Mereceu! Expulso o sonho e volto a realidade e, de novo, palmas para a minha burrice dinística!

A realidade enche de vergonha a quem tem vergonha! Em vez da funcionária desidiosa ser demitida, demitiram o diretor que honrou a seriedade administrativa e o dinheiro do contribuinte.

Amigo Américo, não somente eu, mas todos os acadêmicos da Academia Atheniense de letras e Artes estamos solidários a você. Acho mesmo que todos os sodalícios dessa cidade deveriam tomar a mesma atitude. Conheço as dificuldades específicas aqui e acolá e nem todas tomadas de posição são fáceis, principalmente se contra governos e, muito mais específico, se os governos primam pela perseguição.

A Academia Atheniense de Letras e Artes tem a santa liberdade que as letras e artes exigem para que se configurem como elementos libertadores e de defesa da sociedade. Pode ser solidária, sem barreiras e temores, ao genial Américo Azevedo Neto.

Aproveito para um singelo convite. No dia 29 de maio, às 17 horas, a ALEART (Academia Atheniense de Letras e Artes) fará um sarau poético-musical com obras de autores maranhenses, no encerramento da FLAEMA – Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense. Américo, és nosso convidado especial.

 

TJ/MA lança livros com transcrições de testamentos dos séculos XVIII e XIX

O presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, também ressaltou a importância do resgate para o conhecimento da história (Foto: Ribamar Pinheiro)

O presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, também ressaltou a importância do resgate para o conhecimento da história (Foto: Ribamar Pinheiro)

 

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) lançou, na manhã desta sexta-feira (20), dois volumes de livros com transcrições de testamentos dos séculos XVIII e XIX, que trazem histórias e legados de famílias maranhenses da época.Também foi lançada a sétima edição da Revista do Tribunal de Justiça do Maranhão, periódico anual composto por estudos, doutrina e jurisprudência. As obras irão compor o acervo de bibliotecas de tribunais e órgãos públicos que trabalham com documentação histórica.

O Projeto de Transcrição e Divulgação do Acervo de Testamentos é realizado pela Coordenadoria de Biblioteca e Arquivo do TJMA, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão (FAPEMA). A iniciativa inédita reúne transcrições de registros de testamentos dos anos 1751/1756; 1781/1791 e 1790/1795.

Durante o lançamento, o desembargador Lourival Serejo, presidente da Comissão de Documentação, Revista e Jurisprudência e Biblioteca do TJMA, ressaltou a contribuição social das obras para a comunidade maranhense, representando um resgate vida privada, política, econômica e religiosa da sociedade da época, conhecimentos que poderiam se perder da história do Maranhão.

“É um serviço aos pesquisadores e historiadores do Estado”, afirmou o magistrado, ressaltando que os registros também mostram a influência da igreja e casos curiosos, como o costume de se realizar até 20 missas de corpo presente.

O presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, também ressaltou a importância do resgate para o conhecimento da história dos antepassados, citando exemplos de testamentos importantes para a memória do Estado, como o de Ana Jansen e do padre Cícero Romão Batista.
“Muitos fatos interessantes ficam conservados através dos testamentos e quando são conhecidos trazem grande contribuição à cultura”, avaliou.

O presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), Benedito Buzar, disse que a Academia recebe com muita alegria o lançamento das obras, que demonstram a preocupação do Judiciário em resgatar fatos de grande significância para a sociedade, especialmente jornalistas, pesquisadores e historiadores.

“Com a compilação de acervos, o Tribunal de Justiça coloca à disposição da sociedade um legado histórico de grande importância, principalmente, aos que se aprofundam em pesquisas históricas e aos que buscam conhecimento”, disse a corregedora geral da Justiça, desembargadora Anildes Cruz.

TRANSCRIÇÃO – Os dois primeiros volumes da série “Histórias e Legados” reúnem quase 80 testamentos transcritos, de pessoas de variadas classes da sociedade maranhense da época, como famílias abastadas, religiosos e alguns escravos alforriados.

Segundo a historiadora Alidiane da Silveira, o trabalho é feito com a leitura dos manuscritos originais e sua transcrição com o mínimo de adaptações. “Buscamos manter o máximo possível a escrita original, alterando pequenos trechos apenas para que se tornem inteligíveis”, explica.
Lourival Serejo relembrou a contribuição do desembargador Lauro Berredo – falecido no último mês – que resgatou diversos testamentos da Biblioteca Nacional.

O desembargador Cleones Cunha assegurou a continuidade do trabalho de resgatar e preservar os documentos históricos, propondo a criação de um museu da Justiça maranhense. “O TJMA é a terceira Corte mais antiga do Brasil. Possuímos muitas peças e obras importantes para a História”, falou.

Também participaram da solenidade de lançamento os desembargadores João Santana, Paulo Vélten, Marcelino Everton, Joaquim Figueiredo e José Jorge Figueiredo; o presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA), juiz Gervásio Protásio dos Santos; o escritor Alex Brasil, representando o presidente do Instituto Histórico e Artístico Geográfico, Euges Lima; magistrados, historiadores, acadêmicos e servidores.

(Juliana Mendes
Assessoria de Comunicação do TJMA)

 

 

 

Partidos articulam “sumiço definitivo” de Waldir Maranhão da presidência da Câmara

waldir maranhao

 

Não foi só na sessão de quarta-feira (18) que Waldir Maranhão se transformou em desaparecido político. Integrantes do centrão agora tentam encontrar uma forma de fazê-lo “sumir” por tempo indeterminado. A hipótese mais forte é a de que solicite licença médica por até 120 dias. A oferta para assumir uma secretaria no Maranhão foi descartada por Flávio Dino, que governa o Estado. Os mais próximos do deputado dizem, porém, que o interino segue resistente às investidas.

 

Bandidos promovem noite de terror incendiando ônibus na Grande São Luis

ônibus incendiados

Esse coletivo foi queimado no bairro da Liberdade

Três ônibus foram incendiados no início da noite desta quinta-feira (19) na região metropolitana de São Luís.

Segundo informações do secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, os ataques tiveram início por volta das 19h30 na Vila Roseana Sarney, no município de Paço do Lumiar, e nos bairros da Cidade Operária e Liberdade, na capital.

“Confirmados nós tivemos apenas esses três primeiros ataques que foram na área de Paço do Lumiar, Cidade Operária e Liberdade em São Luís”, revelou o secretário de Segurança do Maranhão.

Ainda conforme o secretário, equipes especiais das Polícias Militar e Civil, além do Grupo Tático Aéreo (GTA) e o Serviço de Inteligência já foram acionados para tentar conter novos ataques em São Luís. “Nós já acionamos todas as polícias e isso inclui o pessoal da Civil e Militar, e mais o GTA e o Serviço de Inteligência para fazer a segurança”.

Por telefone, o assessor de Comunicação do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema), Ciro Mineiro, disse ao G1 que a ordem a partir de agora é recolher todas as frotas de ônibus que circulam em toda a região metropolitana da capital a fim de evitar novos ataques nesta noite. “A direção do sindicato se reuniu e achou melhor propor o toque de recolher em todas as linhas até no máximo dez horas da noite”, finalizou.

MP diz que Lula agiu para obstruir ação da Justiça e pode acabar na cadeia

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MP diz que Lula agiu para obstruir ação da Justiça

 

O Jornal Nacional teve acesso à íntegra da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de obstrução à Justiça no caso da Operação Lava Jato que envolve o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Em nota, o Instituto Lula informou que o ex-presidente “jamais” tentou interferir na conduta de Cerveró ou em qualquer outro assunto relacionado à Operação Lava Jato (leia mais ao final desta reportagem).

A PGR partiu das delações do senador cassado Delcidio do Amaral (sem partido-MS) e de seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, para buscar provas materiais, como extratos bancários, telefônicos, passagens aéreas e diárias de hotéis.

A conclusão da procuradoria é de que eles se juntaram ao ex-presidente Lula; a José Carlos Bumlai, pecuarista e amigo do ex-presidente; ao filho de Bumlai, Mauricio Bumlai, e atuaram para comprar por R$ 250 mil o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Segundo a denúncia, o primeiro pagamento, de R$ 50 mil, foi feito por Delcidio em maio do ano passado. Ele teria recebido o  dinheiro de Mauricio Bumlai num almoço. A quebra de sigilo mostra que Mauricio Bumlai fez dois saques de R$ 25 mil dias antes.

A operação, de acordo com a PGR, foi feita numa agencia bancaria da Rua Tutóia, em São Paulo, onde teria ocorrido o repasse dos valores a Delcídio do Amaral.

A denúncia diz que Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete de Delcidio, fez os pagamentos que restavam em outras quatro datas entre junho e setembro do ano passado, sempre recebendo o dinheiro sacado por Bumlai na agência da Rua Tutóia, conforme os extratos bancários.

A denúncia detalha a participação de Lula no planejamento desses repasses.

A Lava Jato quebrou o sigilo de e-mails do Instituto Lula e apontou que Lula se reuniu com Delcídio cinco vezes entre abril e agosto do ano passado, ou seja, antes e durante as tratativas e os pagamentos pelo silêncio de Nestor Cerveró.

Uma das reuniões foi no Instituto Lula, em 8 de maio, dias antes de Delcidio fazer o primeiro pagamento, segundo a denúncia.

Delcidio afirmou em delação premiada que, no encontro, o ex-presidente expressou grande preocupação de que José Carlos Bumlai pudesse ser preso por causa de delações na Lava Jato e que Bumlai precisava ser ajudado.

A PGR também aponta como provas telefonemas entre Lula e José Carlos Bumlai, como em 7 de abril, um mês antes dos pagamentos, quando Lula e Bumlai se falaram quatro vezes. Em 23 de maio – um dia depois do primeiro pagamento – Lula ligou para José Carlos Bumlai. Conversaram duas vezes nesse dia.

No final da denúncia, a procuradoria conclui que Lula “impediu e/ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa , ocupando  papel central , determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Bumlai” e pede a condenação dos denunciados por obstrução da Justiça.

Versões dos acusados

Em nota, o Instituto Lula declarou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já esclareceu em depoimento prestado à Procuradoria Geral da República que jamais conversou com o ex-senador Delcídio do Amaral com o objetivo de interferir na conduta do condenado Nestor Cerveró ou em qualquer outro assunto relativo à Operação Lava Jato.

A defesa de José Carlos Bumlai negou as acusações e afirmou que ele nunca pagou qualquer valor a Cerveró. A defesa declarou que o ex-senador Delcídio do Amaral está vendendo informações falsas em troca de sua liberdade.

Os advogados de Maurício Bumlai informaram que só comentarão o caso depois de terem acesso à denúncia inteira.

A defesa de Diogo Ferreira confirmou os pagamentos, mas disse que foram feitos a mando do ex-senador Delcídio do Amaral.

O advogado de Edson Ribeiro declarou que seu cliente sequer conhece Lula e Bumlai e voltou a afirmar que Ribeiro jamais participou de qualquer ato de obstrução à Justiça.

A defesa de André Esteves declarou que seu cliente não cometeu nenhuma irregularidade.

O Jornal Nacional não obteve resposta dos advogados de Delcídio do Amaral

Prefeitura e estado irão recuperar malha viária de São José de Ribamar

Gil Cutrim reunido com Clayton Noleto

Gil Cutrim reunido com Clayton Noleto

Em reunião de trabalho realizada nesta última segunda-feira (17), o prefeito Gil Cutrim (PDT) recebeu do secretário estadual de Infraestrutura, Clayton Noleto, a garantia de que o governo irá apoiar a prefeitura no trabalho de recuperação da malha viária do município de São José de Ribamar.

 

Terceira maior cidade do Maranhão em número de habitantes e com mais de 100 bairros distribuídos em um território de 400 km, Ribamar, hoje, tem o setor da infraestrutura como um dos principais problemas, principalmente devido a ação do inverno rigoroso e a falta de recursos da prefeitura, ocasionada pela constante queda de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Ficou acertado durante o encontro que os serviços beneficiarão os chamados grandes corredores urbanos da cidade – onde é intenso o fluxo de veículos e do transporte coletivo intermunicipal – e vias internas de bairros, o que deverá totalizar um trajeto de cerca de 10 km.

Nos grandes corredores, os trabalhos terão início no fim deste mês, ou começo do próximo, na Avenida Nossa Senhora da Vitória, via que também corta os territórios de Paço do Lumiar e São Luís. Na Avenida, além da recuperação asfáltica, serão implantados pontos de drenagem das águas pluviais, o que evitará alagamentos. Em seguida, os serviços serão levados para outras grandes vias, como a Avenida Paraíso, principal do Jardim Tropical, bairro localizado na chamada região das Vilas de São José de Ribamar.

Clayton Noleto aproveitou a oportunidade para destacar o empenho do prefeito e o trabalho de elaboração do projeto de revitalização (obras de drenagem profunda, asfaltamento e urbanização) da Nossa Senhora da Vitória, que foi feito pela prefeitura ribamarense e entregue ao estado ainda na administração passada.

De acordo com ele, o projeto, tão logo seja executado com o apoio do governo, transformará a via em um dos principais corredores da Grande Ilha, uma vez que a mesma corta os territórios de três municípios e tem ligação direta com a MA- 202 (Estrada da Maioba).

Gil Cutrim agradeceu o apoio do governo estadual. Ele lembrou da obra de asfaltamento e implantação de drenagem da profunda executada pelo estado e que beneficiou milhares de pessoas que, diariamente, transitam pela Avenida Tancredo Neves, popularmente conhecida como Estrada do Socorrão II.

Segundo o prefeito, somente desta forma, unindo forças, será possível vencer a crise financeira vivida pelo município e atender os anseios dos moradores.

Líder do governo Temer na Câmara está na Lava Jato e é acusado de tentativa de assassinato

André Moura

Escolhido por Michel Temer para liderar a sua base parlamentar na Câmara, o deputado federal André Moura (PSC-SE) é réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal sob a acusação de desviar dinheiro público e é investigado em pelo menos três outros inquéritos, entre eles por suposta participação em tentativa de homicídio e no esquema de corrupção da Petrobras.

O deputado também já foi condenado em Sergipe por improbidade administrativa.

O nome de Moura foi bancado pelo chamado “centrão” da Câmara e pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de quem Moura é uma espécie de braço-direito.

Apesar de ser líder do nanico PSC (que tem apenas 9 deputados), Moura recebeu de Cunha importantes tarefas no Legislativo, como apoio para se tornar presidente da comissão que discutiu a redução da maioridade penal. Assíduo frequentador do gabinete e da casa de Cunha, ele faz parte da tropa de choque que tenta salvar o mandato do peemedebista no Conselho de Ética da Câmara.

A escolha de Moura por Temer, que já se apresentou a deputados na manhã desta quarta-feira (18) como líder do governo na Câmara, foi antecipada pela Folha.

Moura, que nega todas as acusações, foi transformado em réu no Supremo em 2015, respondendo por crime de responsabilidade, quadrilha ou bando e improbidade administrativa.

As denúncias recebidas por unanimidade pela segunda turma do Supremo envolvem crimes de apropriação, desvio ou utilização de bens públicos do Município de Pirambu (SE), na gestão do então prefeito Juarez Batista dos Santos, no período de janeiro de 2005 a janeiro de 2007.

Moura foi prefeito da cidade por dois mandatos, tendo antecedido Juarez.

Segundo a acusação, após deixar a Prefeitura, Moura teria atuado como “prefeito de fato” e continuou usando bens e serviços custeados pela administração municipal, como gêneros alimentícios, telefones celulares, veículos da frota municipal e servidores que atuavam como motoristas.

A denúncia aponta que a prefeitura pagou compras de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais que foram entregues na residência e no escritório político do deputado.

Entre janeiro de 2005 e julho de 2007, o então prefeito de Pirambu deixou à disposição de Moura celulares, que também foram utilizados por sua mãe e irmã e que tiveram as contas pagas com recursos da cidade, segundo a acusação. Além disso, uma frota de veículos, com motoristas, teria sido designada para servir a fins particulares e políticos do hoje deputado.

A defesa de André Moura negou todas as condutas denunciadas e afirmou que, embora tenha apoiado o prefeito que o sucedeu, razões políticas fizeram com que Moura e Juarez dos Santos se tornassem desafetos políticos, o que teria levado o então prefeito a prejudicá-lo, apresentando falsas denúncias sem a apresentação de provas.

Na época em que transformou Moura em réu, porém, o ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que ” a descrição é suficientemente adequada para projetar os tipos penais” apontados na denúncia. “Portanto estou rejeitando a ideia de que as denúncias são ineptas.”

As acusações de uso ilegal de recursos da prefeitura já levaram Moura a ser condenado por improbidade administrativa em Sergipe. Ele recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que suspendeu os efeitos da decisão até o julgamento do recurso.

HOMICÍDIO

As investigações sobre o caso começaram a partir da delação premiada de Juarez dos Santos, que procurou a Polícia Civil. O então prefeito contou que após ser eleito foi pressionado por Moura, que queria manter o controle da cidade.

Com isso, passou a indicar a maior parte dos secretários municipais e manteve carros e celulares da Prefeitura à sua disposição, além de fazer compras em mercados pagas pelo erário, indicar vários funcionários fantasmas, e receber repasses mensais da Prefeitura entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, conforme a acusação.

Nas eleições de 2006, Moura foi candidato a deputado estadual e, durante a campanha, segundo relato de Juarez dos Santos, as exigências ilícitas se agravaram. Moura teria encomendado repasse de R$ 1 milhão entre abril e setembro.

O prefeito afirmou que passou a receber ameaças que culminaram com troca de tiros que feriram o vigilante de sua casa, disparados por quatro homens encapuzados. Um inquérito no Supremo que tem Moura como investigado trata da tentativa de homicídio do vigia.

LAVA JATO

Moura também passou a ser investigado no STF em um dos inquéritos da Lava Jato que apuram a suposta ligação de Eduardo Cunha com o esquema de corrupção da Petrobras. Outros oito aliados do presidente afastado da Câmara também figuram como investigados neste caso, que apura os crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, suspeita que os parlamentares apresentaram requerimentos e atuaram na Câmara para pressionar o grupo Schahin, por causa de uma disputa com o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que é próximo a Cunha. Funaro também é investigado.

O outro inquérito que traz Moura como investigado aponta a suspeita de que ele fez contratações ilegais de empresas de comunicação quando era deputado estadual.

OUTRO LADO

André Moura e sua assessoria rebateram todas as acusações e suspeitas. O deputado disse ainda que Eduardo Cunha teve papel significativo no impeachment de Dilma, mas que não terá influência na liderança do governo de Michel Temer.

Sobre as ações penais e a suspeita de participação na tentativa de homicídio, a assessoria do defesa do deputado diz que “as afirmações do Ministério Público baseiam-se somente nas acusações de um ex-prefeito de Pirambu, desafeto político de André Moura, que as fez com a clara intenção de tentar prejudicá-lo, apresentando denúncias falsas, jamais confirmadas através de qualquer prova material”.

Em entrevista, Moura afirmou genericamente não haver provas de envolvimento na suposta tentativa de homicídio e que o caso será arquivado.

Em relação ao inquérito da Lava Jato, Moura diz que respeita o Ministério Público e Janot, mas que “não vê motivo plausível para o pedido de investigação” já que as acusações, diz, não se referem a corrupção, mas “por ter sido André Moura ‘agressivo’ e ter ‘humilhado’, nas palavras do procurador-geral, os dirigentes do Grupo Schahin na convocação destes, feita no ano passado, pela CPI da Petrobras, da qual era sub-relator”.

O deputado diz que na condição de sub-relator era o seu dever “questionar interrogados e buscar esclarecer supostos malfeitos praticados contra o serviço público, não importando o tom ou a contundência da sua oratória”. Ele diz que se manterá disposto a agir de modo idêntico em todas as ocasiões em que o interesse público estiver em jogo. “Não estou envolvido, não recebi dinheiro de nenhum das empresas que estão envolvidas, não tem nenhum tipo de diálogo meu com quem quer que seja envolvido na Lava Jato, não tem delação citando meu nome.”

 

Irmãos Verde já não falam a mesma linguagem

Cleber e Júnior Verde

Cleber e Júnior Verde

Nos corredores da Assembleia Legislativa, um dos assuntos que mais se comenta gira em torno do distanciamento entre o deputado federal Cleber Verde e o irmão deste, o deputado estadual Júnior Verde, ambos do PRB. Cleber, em recente conversa em São Luis, teria dito a amigos que o irmão é ingrato, já que era um desconhecido político, e que só teria chegado ao mandato parlamentar graças  ao empenho dele (Cleber).

O problema todo gira em torno das eleições municipais. Cleber Verde luta para eleger  uma de suas principais auxiliares, Jesus Verde, enquanto Júnior quer, na disputa a própria esposa. Um assunto de família que pode gerar rompimento.